Melhorias na rede da CEEE no entorno da Reserva do Lami reduzem acidentes com animais
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As questões envolvendo as redes elétricas no entorno da Reserva Biológica do Lami José Lutzenberger, no extremo Sul de Porto Alegre, foram abordadas na palestra do engenheiro florestal do Grupo CEEE, Cristiano Hack, durante o 4º Seminário Cidade Sustentável, que ocorreu nesta quarta-feira (28), na capital gaúcha. O evento reuniu cerca de 60 pessoas de diversos órgãos ambientais e de planejamento em Porto Alegre, na sede da Reserva Biológica, para debater a importância das políticas públicas para o planejamento urbano ambiental nas cidades.
Hack apresentou um panorama geral sobre a matriz energética brasileira e a estrutura do Grupo CEEE e detalhou os principais conflitos enfrentados pelas empresas de energia. Para ele, a CEEE Distribuição, que possui 1,5 milhão de clientes em 72 municípios gaúchos, incluindo a capital, atende as questões de licenciamento ambiental exigidas. Ele informou que atualmente todo sistema de transmissão de energia possui licença de operação da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), e acrescentou que as redes de média e baixa tensão são isentas de licenciamento ambiental, mas em alguns locais, especialmente naqueles que envolvem vegetação ou fauna, exigem cuidados específicos.
Boas práticas
No caso de áreas com vegetação, a empresa faz um planejamento urbanístico, utiliza as tecnologias mais adequadas e em alguns casos retira a interferência por meio de podas dos galhos que estejam em contato com as redes elétricas, e que podem vir a provocar interrupções futuras no fornecimento. Em locais em que existam animais, são feitos estudos prévios, implementados sinalizadores (conhecidos como avifaunas) e há, ainda, de forma permanente, um monitoramento da área.
O engenheiro florestal contextualizou a área da Reserva Biológica do Lami José Lutzenberger como um dos últimos refúgios para a vida silvestre em Porto Alegre e região e, segundo ele, vem sendo exposta à crescente urbanização, com aumento da densidade populacional de pessoas e consequente redução do número de animais, causados por caça predatória, atropelamentos e choques.
Conforme dados expostos no seminário, a CEEE adotou no local, a substituição e melhoria das redes na região, com colocação de postes mais altos, isolamento dos cabos e conexões, podas de afastamento da vegetação e auxílio na instalação de pontes de corda (para a passagem dos bugios ruivos, que habitam a mata do local).
A bióloga Patrícia Witt, gestora da Reserva Biológica do Lami José Lutzenberger, comemora a boa parceria com a CEEE. "Evoluímos muito e estamos conseguindo bons resultados, tanto que na região houve uma redução de 90% dos acidentes com fauna após a implantação da nova rede", disse.